terça-feira, 22 de junho de 2010

Experiência de vida

Estes dias tive uma briga feia com a minha mãe. O que isso tem a ver com vocês? Afinal todos temos brigas em família, aliás entre seres humanos sempre existem conflitos. O importante é aprender com eles. Perdi a razão e fui agressivo, mas porquê? Não suporto quando alguém menospreza o outro, ou quando alguém se faz superior aos outros. Normalmente as pessoas mais velhas, a minha mãe tem 85 anos, acham que a experiência de vida lhes dá razão. Se ofendem quando lhes chamamos a atenção ou lhe queremos ensinar algo. Logo respondem que ainda cheiramos a fraldas, que não temos metade da experiência. Lembro que anos de vida não refletem experiência de vida. Uma pessoa como eu que aos 40 anos já passou por guerra, fui "peão" no chão de fábrica, tive interface com presidentes de empresas e alta direção, sou gerente industrial, tenho muito mais experiência de vida que a minha mãe com os 85 anos de vida. Ela passou maus bocados na vida, teve de fugir de um país com 50 anos e começar a vida de novo, viajou muito, etc. Mas depois se acomodou, ficou fechada em casa, não sai. Isto não lhe dá visão das mudanças do mundo. Eu busco constantemente o conhecimento, leio notícias, estudo assuntos até aqueles que não têm a ver muito com a minha profissão, mas podem me ajudar como pessoa. Todos nós devemos nos valorizar sim, mas sem comparar experiências ou aprendizados de vida. Um sofrimento para uma pessoa não é maior sofrimento do que o outro sofrimento para outra pessoa. Não podemos comparar vidas não sendo o que fizemos com elas para com os outros e para com o mundo. Podemos estar com 100 anos trancados a vida inteira no nosso mundinho que estes 100 anos não valerão de nada. Eu participei de uma guerra, combati com 13 anos de idade numa guerra civil, pilotei aviões, saltei inúmeras vezes de pára-quedas, fiz diversos esportes tendo sido campeão diversas vezes, tive uma avião roubado o que me fez encerrar uma empresa de táxi-aéreo, fiz investigações de acidentes aéreos, enfim, vivi. Quando passar para outro nível de existência aproveitei, aprendi e transmiti conhecimentos. Fui útil para pelo menos uma pessoa? Ótimo, valeu ter passado por aqui.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Foco no Cliente ou apenas na produtividade?

Estes dias percebi como somos reativos, como num problema logo nos tornamos defensivos. Eu que sou um ferrenho combatente da Qualidade, contudo tenho enorme experiência em processos produtivos, não soube casar os interesses dos dois lados, a Qualidade com a Produtividade. O cliente é o foco principal de um cliente, isto é o princípio número um dos oito princípios da Qualidade e um inspetor de um cliente fez diversas cobranças da nossa organização. Eu com a experiência e conhecimentos também nos processos produtivos me apeguei à flexibilidade da linha de produção não ser questionada, pois o inspetor reclamava que a atenção nossa para com ele, como cliente, estava sendo dividida com outros clientes. Questionei que o cliente não podia ingerir no processo interno, que a organização deveria ter flexibilidade nos seus processos internos, que o cliente não podia querer dizer como nós deveríamos trabalhar, afinal somos os especialistas, etc. Eu não deixava de ter alguma razão, contudo volto à Qualidade. O cliente deve ser entendido e atendido. A organização deve ter recursos para ter a flexibilidade de poder atender a todos os clientes ou perderá aqueles insatisfeitos para o mercado. A organização deve ter agilidade para poder atender as necessidades e, mais ainda, as expectativas de cada um dos seus clientes. Se a alteração no processo vai totalmente contra o escopo do produto ou serviço, a organização pode até cobrar mais caro ou renegociar novo prazo com o cliente, contudo nunca ser reativo como eu fui. Mais uma “lessons learned” (lições aprendidas) para a minha experiência. Vamos ser proativos e deixemos a reatividade que sempre usamos para nos defender, como se estivéssemos sempre sendo “culpados” de algo.