sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Ensino em país emergente

É realidade acreditar que o ensino superior alavanca o desenvolvimento de países emergentes.

Comecemos com um exemplo de um emergente que domina o mundo globalizado atualmente. A China incorporou 300 milhões de camponeses indigentes á sua força de trabalho e à sociedade de consumo. Investe pesadamente na educação e formação de sua mão de obra. Envia numerosos estudantes de pós-graduação para universidades no ocidente. Os países em industrialização estão cada vez mais automatizados e informatizados fazendo com que o crescimento econômico só absorva uma pequena parcela da massa sem educação adequada. Neste ponto damos o exemplo da Índia que é um país emergente, mas incapaz de superar as barreiras seculares, a cultura de castas, etc. e que poderão ser quebradas apenas com altos investimentos na educação desde a base. O empreendedorismo deve ser um objetivo em todo o sistema educacional do Brasil, um emergente que já possui um dos dois pontos importantes para o desenvolvimento, a estabilidade. Falta priorizar o planejamento a longo prazo com foco no empreendedorismo desde a educação de base. Formar cidadãos que continuem a elevar o Brasil entre os emergentes e não entre os submergidos como Coréia do Norte, entre outros. A educação e conseqüente profissionalização são essenciais para os países emergentes promoverem um desenvolvimento sustentável aproveitando o uso dos recursos naturais a caminho da escassez e buscando reverter os efeitos provocados pelos países que se dizem desenvolvidos. Um exemplo no Brasil é o investimento da Petrobras em mecanismos de relacionamento com centro de pesquisas e ensino para formar mão de obra altamente qualificada, pois a demanda dessa mão de obra num país em desenvolvimento é muito grande. Também há a necessidade de se evitar a fuga de talentos atrás de iniciativas inovadores, de reconhecimento.

Referências bibliográficas
-Silveira, Elizabeth, Metodologia do Ensino Superior, FGV, turma 0034, 2010;
-Jardim, Lúcia, Revista Ensino Superior – edição 131;
-Yokota, Paulo, WWW.asiacomentada.com.br – 26/09/10;
-Rattner, Henrique, Revista Espaço Acad~emico, n. 58 – Março 2006;
-Santos, Ricardo F., HTTP:/revistapegn.globo.com
-Stallivieri, Luciane, O Sistema de Ensino Superior do Brasil, Características, Tendências e Perspectivas – Universidade Caxias do Sul.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Bombeiro ou gestor?

Bombeiro ou gestor?
Quando me formei engenheiro industrial mecânico e com a experiência adquirida em diversos processos indústrias nunca imaginaria que trabalharia como bombeiro. Admiro os bombeiros, os vejo como verdadeiros heróis. Quando criança até queimei a minha mão toda ao provocar um pequeno incêndio, colocar o meu caminhão de bombeiros ao lado e com uma mangueira de jardim apagar o fogo. Ao fechar a escada do caminhão queimei a mão com dores horríveis, pois a escada de brinquedo estava em brasa. Sorte ainda ser muito criança, a pele se renovou e só sobraram lembranças de como ser bombeiro é difícil. E não é que hoje em dia continuo fugindo dessa profissão nas empresas onde trabalho? Nas indústrias, aliás, em qualquer empresa brasileira, vemos um batalhão enorme de bombeiros apagando incêndios. Pior que não são incêndios de fogo e sim de problemas. Parece um bando de brigadistas preocupados em apagar o fogo e nem pensando o porquê do fogo, qual e onde foi a fonte. Como incêndios em florestas ficam pequenos focos que mais tarde se tornam novos incêndios e lá vão os nossos brigadistas de balde na mão novamente, em trabalho repetitivo. Isto vira uma rotina e a empresa vai ficando minada por tantos incêndios que vão corroendo a estrutura e pior, as pessoas, desmotivadas por todas as vezes verem esses incêndios se repetirem. Quando a empresa vai criar um grupo de policia técnica para desvendar quais são os focos dos incêndios? Um grupo que tenha tempo para questionar até descobrir a causa do incêndio e que cobre ações corretivas por parte dos responsáveis para que o incêndio não irrompa de novo. Estes membros da polícia técnica encarregados de investigar os focos dos incêndios nada mais são que os gestores dos processos de uma empresa, os quais devem aprender em não se envolver com a rotina do dia a dia, para isso eles têm a sua equipe de auxiliares, de encarregados, supervisores, inspetores, etc. Esses gestores devem se preocupar com os seus processos, a sua eficácia em atingir as metas determinadas e, principalmente, descobrir as fontes dos incêndios vistos dentro desses processos e da empresa. Os gestores dos processos devem pensar e ver maior, lá na frente, criar barreiras para evitar que os focos de incêndio surjam quando se está apagando outros e assim por diante numa grande queimada. Você quer continuar sendo bombeiro? Largue a empresa e entre para os corpos de bombeiros, eles precisam de gente como você, a empresa não.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Investigação de um acidente / incidente

Segue uma parte de um artigo que escrevi focado para a aviação, contudo a idéia serve para a qualidade, para identificar as causas de problemas...

Guia para um planejamento de uma investigação de incidentes / acidentes aeronáuticos

Observações Preliminares:
-Não se faz um raciocínio teórico a respeito dos eventos. Não se usa a física, a aerodinâmica, a meteorologia, as tecnologias embarcadas;
-As causas importantes passam despercebidas pois se começa a focar a investigação em várias direções, sem análise;
-A solução fica na base do improviso;
-São desconhecidos os equipamentos, os componentes, o funcionamento dos sistemas, etc.;
-Devido a este fator ocorrem falhas na hora de listar as causas, Fatores Contribuintes, logo não se descobre a causa raiz;
-A forma de abordar os Fatores Contribuintes e as causas, se faz de maneira grosseira;
-Falta de detalhamento das causas encontradas e dos Fatores Contribuintes por conseqüência;
-Filtragem antecipada dos Fatores Contribuintes se achando que, alguns, não têm importância no evento;
-A investigação se foca no EFEITO e não nas CAUSAS.

Divide-se em oito etapas que serão estudadas a seguir com o foco em investigação.

ETAPA 1- Esclarecer o problema (incidente / acidente / ocorrência de solo, etc.):
a) Investigar criteriosamente o evento. Coletar o máximo e informações possíveis ainda no “site” do evento. Não buscar pelas causas já neste momento, apenas coletar dados;
b) Comparar os componentes, o evento, as partes afetadas com outros equivalentes ou outros eventos semelhantes já ocorridos;

ETAPA 2- Analisar o Evento:
a) Desencorajar a confiança na experiência, na intuição e no “chute”. Não usar o “achismo”;
b) Reunir os especialistas e fazer um “brainstorm”, uma tempestade de idéias, aproveitar a experiência e conhecimentos de todos da CIAA (Comissão de Investigação de Acidente Aeronáutico);
c) Conferir todas as informações levantadas na Ação Inicial feita no local do incidente / acidente. Havendo necessidade se deslocar novamente para levantar outras informações.

ETAPA 3- Listar todas as condições potencialmente relacionadas ao evento:
a) Listar todas as condições, Causas possíveis, que precisam estar presentes para que o evento tenha ocorrido;
b) Estudar todas as condições ou Causas possíveis. Não usar nesta etapa nenhuma idéia pré-concebida ou evitar estabelecer prioridades. Não considerar nenhuma idéia absurda. Todas as causas são importantes;
Pode ser usada a ferramenta chamada “espinha de peixe” da Qualidade. Um exemplo; houve o seguinte incidente. Uma aeronave se deslocava pelo pátio quando atingiu outra aeronave estacionada com a sua ponta de asa direita. Com todos os dados levantados na Etapa 1 a CIAA (Comissão de Investigação) se reuniu e cada um deu uma idéia de Causa para ser lançada no diagrama de Ishikawa (espinha de peixe). Quantos mais envolvidos e idéias lançadas, mais chance de se descobrir a causa raiz do evento (ação Corretiva) e os Fatores Contribuintes para essa causa e Fatores Contribuintes para a provável recorrência do evento com outras aeronaves (foco na Prevenção).
Neste simples exemplo a equipe chegou à conclusão, depois de analisar todos os fatos, que a aeronave estacionada não estava em local adequado. Não haviam marcas pintadas no chão do pátio para marcação dos “Gates” de estacionamento, ou as marcas estavam pintadas sem respeitar as distâncias mínimas, por norma, entre ponta de asas. A oficina estabelecida naquele hangar deixava as aeronaves no pátio sem critério algum, devido à falta de marcação pintada no solo.

ETAPA 4-Avaliar a correlação entre as causas (O Homem, A organização, a Máquina e o Meio):
a) A cada Causa, lançada no diagrama, se correlaciona um tipo de Fator Contribuinte (Gestão, Treinamento, Infraestrutura, Operação, Manutenção, Fator Humano, etc.);
b) Listar esses Fatores e as suas correlações uns com os outros, com as causas para “recheck” das informações e idéias lançadas;

ETAPA 5-Planejamento da Investigação:
a) Planejar criteriosamente as ações a serem tomadas para a investigação principal, os responsáveis, prazos, etc. para se levantarem mais informações, serem realizados testes, análise laboratoriais, vôos de ensaio, etc. em relação aos Fatores Contribuintes importantes e as causas principais;
b) Decidir como medir, como experimentar, o que medir, o que testar, como fazer, procedimentos, etc.;
c) Elaborar um cronograma.

ETAPA 6-Investigar:
a) Investigar todos os itens planejados na etapa anterior;
b) Não desconsiderar nenhuma avaliação ou resultado dos testes, dos vôos de ensaio, etc. Todas são informações fundamentais;
c) A investigação engloba todo o processo deste a Etapa 1, porém esta Etapa 6 é aquela onde se deve investir mais recursos e tempo.

ETAPA 7-Elaborar as Recomendações de Segurança de Vôo e o Relatório Final:
a) Recomendar ações para cada fator Contribuinte independente do mesmo estar ou não correlacionado com a Causa Raiz do evento, conforme escrito na Etapa 4;
b) Acompanhar as ações decorrentes e auditar (fazer Vistorias de Segurança de Vôo) para confirmação da efetividade das ações e possíveis novas Recomendações.

Existe uma outra ferramenta útil para descobrir a Causa Raiz e os Fatores Contribuintes, chamada da análise “por que – por que”. Através de sempre se perguntar o porquê depois de uma resposta, por experiência e prática, ao quinto “por que” se chega à causa raiz do evento ou bem próximo dela. Podemos usar uma tabela como guia para essa análise e, a qual pode e deve ser usada na montagem do diagrama de Ishikawa.
Para cada Problema (evento) ou para cada Causa Raiz, ou para cada Fator Contribuinte, poderemos fazer as cinco perguntas de “por que” e, provavelmente, na quinta resposta, teremos a causa raiz do evento. No nosso exemplo temos que a falta da Norma que regulamenta as delimitações das posições nos pátios e que levam em consideração as distâncias mínimas entre pontas de asas, simplesmente não existia na organização administradora do aeródromo. Assim ninguém sabia do Perigo nem os riscos nas operações de táxi até uma aeronave com envergadura um pouco maior e uma aeronave estacionada inadequadamente provocaram o incidente.

Autor:
Carlos Filipe dos Santos Lagarinhos
Engenheiro Industrial Mecânico, Piloto Comercial, Agente de Segurança de Vôo (ASV)
Telefone: (11) 96545114; e-mail: carlosfilip@uol.com.br

sábado, 11 de dezembro de 2010

Educação no país emergente

Estou mandando uns textos sobre educação. Grande, mas em pedaços para que possam ler e ajudar a mudar o nosso país.

A educação deve formar cidadãos compromissados com a diminuição da desigualdade e gerar oportunidades para todos criando o desenvolvimento econômico e social. Através da observação pode-se perceber a evolução da sociedade, as suas necessidades e planejar adequadamente a educação. A avaliação será o conjunto de ferramentas para verificar o alcance ou não desses objetivos, tanto por parte dos indivíduos que formarão essa sociedade como dos professores e do sistema de ensino, afinal o desempenho dos alunos e futuros profissionais dessa sociedade é produto do planejamento da educação.

A educação é transformadora, pois para alavancar o progresso precisa ser transformadora, através de pesquisa, melhorando as teorias, já que o conhecimento não é definitivo. Acontece que no Brasil, por ser setorialista, com cursos precários, ensino superior classificado em públicos e privados levando em conta só a forma de financiamento é que não deixa ser transformadora a educação.
A educação hoje é reprodutora, apenas passa a informação e não ajuda através das linguagens, das habilidades eficientemente trabalhadas, a transformação em conhecimento para os alunos. O governo até está tentando mudar isto através de cotas para as universidades, contudo a transformação da educação deve começar não no nível superior e sim desde o infantil transformando o indivíduo já no seu inicio. Aulas de cidadania, de respeito ás normas, leis, hierarquia, natureza, respeito ao próximo e às desigualdades. A educação transformadora muda toda a sociedade, o país e o mundo. Reduz preconceitos e a violência, cria uma melhoria contínua da qualidade de vida da sociedade.

A população economicamente ativa (16 a 50 anos) atinge no Brasil aproximadamente 100 milhões de indivíduos. 50% destes estão na economia informal por falta de estudo. Destes 30 milhões não buscam a economia formal por estarem totalmente despreparados. No Brasil temos uma população com ensino superior por volta de 15 % enquanto no Japão temos 90% o que mostra bem o porquê da diferença de progresso entre os dois países. Podemos entender porque de tanta tecnologia, de tanto avanço na educação no Japão. No Brasil faltam políticas agressivas, incentivos aos estágios, formação profissional através de convênios mais fortes entre escolas e empresas incentivados por descontos de impostos, etc. Há a necessidade de se ter um conjunto de normas para tornar a universidade brasileira num sistema como disse Cristovam Buarque, ex-ministro da educação. Quando damos estudo e educação (esta vai além do ensino da escola) o individuo tem maiores possibilidades de conseguir emprego, nesse emprego melhorar a função, essa função melhorar a empresa, a empresa melhorada vai melhorar o mercado e também melhorar a sociedade como um todo gerando a possibilidade de novos empregos. Uma cadeia fechada. Com um povo numa economia informal a sociedade vai ser formada por indivíduos sem perspectiva de crescimento e essa mesma sociedade entra no na cadeia fechada já citada, mas negativa.

Para o indivíduo aprender a pensar ele deve usar a pesquisa como treinamento da sua mente. Vai aprender a conectar o conhecimento que já possui aos novos conhecimentos criando um novo conhecimento, dando essa dinamicidade que o conhecimento tem. Uma simples passada de informação sem levar em conta as teorias comportamentais, cognitivas, construtivas, não estará construindo conhecimento. Tanto na formação do conhecimento como na avaliação se esse conhecimento foi realmente criado é fundamental a pesquisa, os desafios, os debates, o tornar o aluno como um agente ativo nessa formação de conhecimento e não apenas um ouvinte. Hoje as instituições são focadas mais em investigação do que em pesquisa. Os programas muitas vezes não passam de listas de tópicos sem seqüência e coerência ou são enciclopédicos impraticáveis no período de tempo do curso. Cursos que enchem o aluno de textos para pesquisa, salas de bate papo jorrando discussões, contudo num curso, por exemplo, de um mês, com alunos que trabalham. Como fazer pesquisa, como transformar o conhecimento sem tempo?

Fora tudo isso se não houver avaliação também do professor ele se torna o dono da verdade e do conhecimento. O professor precisa saber se está passando corretamente a informação e se esta está sendo transformada em conhecimento adequadamente pelos seus alunos. Sabendo aprender com as suas falhas, o professor será capaz de criar cidadãos capazes de observar, pesquisar, descobrir caminhos próprios até pelo exemplo de aprender do professor. A inquietude, a curiosidade, o questionamento, a busca pela melhoria contínua da qualidade das suas aulas, do ensino, da sociedade deve fazer parte da vida do professor e a sala de aula também deve ser vista como uma tremenda fonte de aprendizado para ele. Na prática do professor ele deve criar situações que originem posicionamentos críticos inclusive dos seus alunos. Isto é que forma o conhecimento. Senão bastava mandar os alunos lerem um texto. Quando os seus alunos constroem conhecimentos em equipes, destroem conhecimentos ultrapassados a partir daquele momento, esse professor está adquirindo novos conhecimentos e aprendendo. Lembramos que a estrutura toda de educação, desde o infantil está errada e a sociedade consumista de hoje leva a formação de professores que não sabem aprender. Eu fiz a minha parte, agora cada aluno que se vire para aprender.

Mais uma vez lembramos as diferenças entre a educação do Brasil com o Japão. Quantos negros e pobres vemos numa universidade? Também lembramos que a educação se faz desde o infantil criando crianças que saberão identificar o que é certo e errado, o que é respeitar os mais velhos, a hierarquia a que as mesmas deverão se sujeitar quando adultos. A respeitarem o trânsito aprendendo a não beber quando dirigem, a respeitarem a lei, etc. Não adianta pensarmos apenas na educação superior se estivermos formando cidadãos que agridem os outros na rua por preconceito de raça, preferência sexual, religiosa, etc. Vão chegar numa universidade já com preconceitos preconcebidos e dificilmente construirão conhecimentos bons. O conhecimento já adquirido desde a infância ao se conectar com o novo conhecimento será mais forte e não poderá ser alterado eficientemente para o bem da sociedade. A educação deve ser vista como um sistema, como um todo e não por setores. O país não terá futuro se não investir em mudanças no ensino e urgentemente. A população economicamente ativa e na informalidade continuará nas taxas atuais e até aumentando o que não nos dará boas perspectivas de futuro.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Culpados

Sempre que vemos um acidente vemos a busca desenfreada por um culpado. Isto se aplica também a não conformidades ou problemas numa empresa. No processo houve um erro numa atividade o que provocou sucata, retrabalho (desperdício), etc. Logo alguém aparece perguntando o nome de quem fez a "burrada". Pior logo se quer mandar embora o "elemento". Vamos usar um exemplo recente de uma garota que ao invés de receber soro na veia recebeu vaselina líquida e veio a falecer no hospital. Logo se processou a enfermeira, ótimo, se encontrou o "culpado". Mas o hospital, a direção, ninguém teve responsabilidade também no acidente? Quem permitiu frascos iguais para produtos tão diferentes na aplicação, mas tão iguais na consistência? Como aquele frasco de vaselina estava no mesmo armário dos soros fisiológicos? A enfermeira errou? Sim, não verificou a etiqueta. Mas a pressa num pronto-socorro, a falta de recursos humanso sobrecarregando a todos, a embalagem igual para dois produtos diferentes, o local de armazenamento, redução de custos, etc. não contribuiram? Não existem mais "culpados"? Quando houve o acidente do Airbus da TAM em Congonhas logo culparam o piloto que não deixou a manete de potência na posição correta e houve uma interpretação errada do computador. Mas a autoridade aeroportuária que liberou a pista sem situações adequadas de operação, não foi também responsável, ou como gostam de dizer "culpada"? A empresa aérea que liberou aquela aeronave sem um dos "reversos" para uma pista critica, não foi também responsável? Pior, o fabricante não foi o principal responsável no projeto de uma aeronave que não alertava o piloto quando de uma manete fora da posição que gerava um risco de operação, não foi responsável?
Antes de pensarmos em buscar culpados, isto é parte para a justiça em casos de acidentes, vamos procurar, até nos problemas da nossa empresa, brechas, falhas nos processos que permitem o "erro" normal do ser humano se tornar uma não conformidade, uma avaria, um prejuízo. O operador cortou mal aquela chapa. Temos inspeção após o corte? Existem folhas de controle definindo tolerâncias, quais instrumentos de inspeção a serem usados, o que fazer quando houver problemas? O operador tem o devido treinamento? Quando há o problema existe preocupação em identificar as várias causas e os bloqueios a elas para não haver reincidência? Ou vamos continuar procurando culpados?

sábado, 4 de dezembro de 2010

Gestão pública profissional

Temos visto a fome de um certo partido político por vagas na equipe do governo. Aliás, um partido que não serve para nada para o país, a não ser para ele mesmo. Aí eu questiono. Quando queremos fazer parte de uma estatal ou outra instituição pública, precisamos passar por um concurso público e atenderos exigências e competências mínimas. É de entender que para ser um ministro da justiça, no mínimo o indicado tenha de ser advogado, para ministro da saúde que seja no mínimo médico. E o que vemos? As competências mínimas exigidas são as filiações partidárias, os interesses políticos. Porque não se implantam requisitos mínimos e profissionais para cada cargo público. Pagaremos impostos altissimos para pagarem o salário de cada um desses senhores que não têm capacidade alguma para o cargo, naõ sendo serem políticos aliados. Todos nós somos clientes da "empresa" governo, pagamos pelo produto dessa empresa e temos o direito que esse fornecedor nos garanta qualidade e profissionalismo nos seus administradores. Quando veremos o governo tratar a coisa pública com visão de gestão empresarial e não como um cabide de empregos? Quando teremos um político sério que entre com um projeto de lei para determinar requsitos mínimos para qualquer cargo público?