quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Dono do seu negócio

Um dos pilares da TPM (Total Productive Maintenance) é o da Manutenção Autônoma e o foco desse pilar é o operador do equipamento se sentir como dono do mesmo. Lá se vão os tempos onde uma máquina começava a perder o rendimento e então se chamava a equipe de manutenção para resolver. Este pilar mostra aos operadores que as suas máquinas vivem com eles a maior parte do tempo. Eles conhecem cada som, “cada ‘mania”, cada vibração e são os primeiros e perceberem problemas. Eles e não a manutenção são donos daquele equipamento e devem cuidar deles como donos que são. A Manutenção é para coisas maiores como grandes paradas, e preventiva e preditiva, interface com a engenharia para melhoria dos rendimentos, etc. Muitos confundem a filosofia 5S com este pilar. O 5S aumenta o nível de consciência do operador e este pilar da TPM aumenta a capacitação no seu equipamento, é mais profundo, complementa o 5S.
Mas o que a manutenção autônoma da TPM tem a ver com o “ser dono do seu negócio”?
Vamos extrapolar esta idéia para processo, para departamento, para empresa, enfim, para negócio. Quando um profissional diz que a qualidade deve ser responsabilidade do depto. da Qualidade, quando um profissional diz que o cliente está insatisfeito é problema a ser resolvido pela Qualidade, quando a Alta Direção cobra da Qualidade ações para que os indicadores dos processos estejam dentro das metas, estamos abandonando essa idéia, esse foco que a manutenção autônoma passa dentro da TPM. Como cada operador deve se sentir dono do equipamento que opera, cada profissional, incluso esse operador, deve se sentir dono da sua tarefa, dono do seu processo, dono do seu negócio. Quando todos tiverem a noção de que aquela organização é sua, que todos entenderem que aquela organização é o seu sustento, todos serão donos do seu negócio e acabarão as departamentalizações.
O processo da Qualidade não faz qualidade, ensina os donos dos negócios a fazer qualidade. Ensina, principalmente aos gestores dos processos, a se sentirem donos dos seus processos e, portanto, a responder pelos seus indicadores. Eu coordenava as reuniões de Análise Crítica com a Alta Direção e sempre via o gerente da Qualidade respondendo pelas metas não alcançadas, pelos custos de retrabalhos, sucata, rendimentos operacionais, etc. Um dia resolvi fazer com que os gestores dos processos respondessem, eles sim, pelas metas não alcançadas. Começaram imediatamente a me procurar para descobrir as causas, implantar ferramentas, elaborar planos de ação corretiva, preventiva, etc. Ou seja, começaram a se sentir realmente donos dos seus processos e a me procurar para ensiná-los e ajudar no alcance das metas. Esta é a verdadeira função da Qualidade, conduzir os processos, através dos seus gestores, para a melhoria contínua. Quem faz a qualidade dos processos não é o processo da Qualidade e sim cada profissional da organização. O dia que cada um se sentir dono do seu negócio como é da sua casa, do seu carro, do seu MP3, etc. a sua organização será super cuidada, super “tocada”, isto é o verdadeiro conceito de “vestir a camisa”. Seja dono do seu negócio, seja ele operar uma máquina, seja ele administrar um processo.

domingo, 25 de outubro de 2009

Pensamento

Quem sabe muito, ouve;
Quem sabe pouco, fala;
Quem sabe muito, pergunta;
Quem sabe pouco, opina.

("autor desconhecido")

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Delegação de responsabilidade?

5.5.1.1 Responsabilidade pela qualidade (ISO/TS 16949)

Gerentes com responsabilidade e autoridade pela ação corretiva devem ser prontamente informados de produtos e processos que não estejam conforme aos requisitos.
O pessoal responsável pela qualidade do produto deve ter autoridade para parar a produção para corrigir problemas da qualidade.
Todos os turnos de produção devem ser suportados por pessoal responsável ou com responsabilidade delegada para assegurar a qualidade do produto.

Será que sempre aprendi errado? Sempre soube e sempre ensinei que responsabilidade não se delega e sim a autoridade. Se sou um diretor da Qualidade eu sou responsavel pela Qualidade e posso até delegar autoridade a um gerente da Qualidade para me representar e agir em prol da conformidade da empresa, mas perante os clientes, perante autoridades regulamentadoras, eu serei o responsável, o cobrado pelos resultados. Responsabilidade nunca se delega, só autoridade...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Andar depressa, mas sabendo onde vai.

"Não chega primeiro quem vai mais depressa, mas sim quem sabe onde vai", Séneca

-Na rotina do mundo globalizado e da concorrência, vemos constantemente todos querendo ir mais depressa uns do que os outros. Mas para onde?
Uma vez tive o exemplo do processo de Projeto e Desenvolvimento (P&D) de uma indústria que estava constantemente interferindo no processo de Produção por diversas falhas, como alterações de desenho já com o produto na linha de fabricação, alterações do próprio produto com o cliente esperando o mesmo, etc. Este processo também interferia na Produção via o processo de Suprimentos. Ocorriam alterações dos requisitos do projeto sem se levar em conta as alterações impactando os fornecedores que tinham o seu "lead time" prejudicado. Os materiais eram entregues, então, atrasados e assim as linhas de produção também atrasavam e vinha uma reação em cadeia. Ou seja, o processo de P&D assumia compromissos com o processo comercial de entregar o produto em prazos inviáveis (...quem vai mais depressa...), mas sem saber aonde queria ir. Deixavamos o cliente satisfeito com um prazo até menor do que o concorrente, porém no final atrasavamos constantemente, quando não introduzíamos problemas no produto devido à pressa. Pior para a imagem da empresa. Com a ajuda dos gestores do processo de P&D, jovens com grande visão e excelentes profissionais (4 gestores), aplicamos a ferramenta PMBOK (Project Management Body of Knowledge) do PMI (Project Managment Institute) reorganizando o processo, melhorando a definição de escopo, a comunicação entre processos, a análise de riscos implantando o FMEA (Failure Mode and Effects Analysis), o uso do MSProject para acompanhar prazos e recursos, etc. Reduzimos inclusive as interferências no processo da Qualidade que vivia não atendendo os prazos para testes dos protótipos de novos produtos devido a tanta falta de planejamento. Ou seja, com um pouco de tempo gasto em planejamento mudamos a cultura da pressa sem perder para a concorrência nos prazos. Aumentamos no planejamento, mas reduzimos muito mais na redução de desperdícios que aumentavam o prazo final. Melhor, reduzimos custos, reduzimos "stress" inter processos, etc. Inclusive reduzimos as Não Conformidades em auditorias da certificadora (ISO 9001). Continuamos andando depressa, mas sabendo onde íamos.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Preparado para oportunidades

É melhor estar preparado para uma oportunidade e nunca tê-la, do que ter a oportunidade e não estar preparado (anônimo);

Por isso que todo o profissional deve estar sempre estudando, buscando novos conhecimentos mesmo que em assuntos que parecem não ter muito a ver com a sua profissão. O bom profissional deve ter uma visão do todo, sistêmica, assim entenderá os desafios do negócio, o porque de alguns requisitos, de algumas determinações da empresa. Na maioria das vezes nos concentramos no nosso quadrado, nossa mesa, nosso computador, nossa atividade, nosso processo e perdemos a visão do resto em nossa volta. Devemos estar preparados aprendendo sobre tudo, lendo, estudando, buscando entender o porque das coisas. Quando nos tornamos adultos deixamos a curiosidade infantil para trás e nos tornamos robôs das nossas tarefas, deixamos de ser curiosos, de sempre questionar o porque das coisas. Quando chegar a oportunidade estaremos prontos para a aproveitar e melhorar, assim, a nossa vida, dos nossos parceiros e colegas, do nosso mundo. Eu estudei, fiz cursos, etc. em diversas áreas como Produção, Manutenção, gestão de Projetos, Planejamento Estratégico (inclusive aplicando Balanced Scorecard), etc., até sobre RH e O&M eu aprendi e atuei. Isto me ajudou muito nas oportunidades da Qualidade, pois para atuar nessa área é preciso ter essa visão do todo...

Aprendizado com o passado

A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas só pode ser vivida olhando-se para adiante. (Kierkegaard);

Olho para trás e vejo quantos erros cometi, mas isso para aprender a não cometê-los novamente. O passado serve para aprendermos a evoluir. Por exemplo, na aviação eu tive problemas na Embraer quando comecei, pela minha pro-atividade, a resolver problemas junto as diretorias e ganhei a inimizade do meu gerente por ciúmes e medo, mesmo lhe mostrando que não queria cargo algum, apenas ser útil, fazer até mesmo o departamento crescer. Quando voltei mais tarde a aviação o diretor ofereceu a sua porta para o procurar sempre e discutir os assuntos. Com medo de ciúmes novamente por parte do gerente, não o fiz e comecei a aplicar as ferramentas, a melhorar os processos, a auditar, sempre com conhecimentod o gerente. Arrumei ciúmes e inimizade com o diretor. Agora aprendi com esses meus erros, aprendi a ser mais diplomata, mais flexivel, juntar as áreas e mostrar o trabalho, o que a Qualidade precisa e como pode assesorar a todos os processos e pessoas. Agora preciso olhar para a frente e poder aplicar todos os ensinamentos, experiência, etc. que consegui. Para isso preciso que o mercado se abra novamente para mim. Na indústria sempre fui bom, sempre saí deixando saudades, afinal o meu objetivo é ser útil, fazer as pessoas serem melhor aproveitadas, os processos melhorados e as empresas melhores para os seus "stakeholders" (envolvidos, interessados). Aqui, com toda a humildade, peço socorro, ajuda para conseguir trabalhar e ser útil. Dêm-me uma chance para provar o quanto posso ser útil...

domingo, 4 de outubro de 2009

Aproveitar universitários e recém-formados

É claro que a experiência prática é importante, contudo os profissionais não devem perder a teoria. Afinal estudando, pesquisando, é que se descobriram tantas ferramentas que ajudam em qualquer profissão. Por um lado temos os profissionais cheios de experiência prática e loucos para aplicar essa prática sem quererem pensar no porquê daquilo. Tempo é dinheiro. Pelo outro lado temos os recém-formados ou último anistas que têm toda a teoria na cabeça, todo o conhecimento que, nos experientes, vai se esvaindo e se tornando apenas atos repetitivos. Todo o gerente ou diretor deveria fazer contatos com as universidades, fazer convênios, pois, por um lado, temos a necessidade de resolução de problemas de maneira eficaz e por outro lado temos uma massa de pessoas cheias de conhecimentos e loucas para aplicar aquilo aprendido nos bancos universitários. Um custo extremamente barato para as empresas, em troca de maior aprendizado e experiência prática para as universidades. Ganhariam as empresas, as universidades e os profissionais, tanto recém-formados que aplicaríam na prática o aprendido, como os profissionais experientes que relembrariam o que aprenderam a muito tempo nas universidades.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Correção e Ação Corretiva

3.3 da ISO 14001
correção
ação para eliminar uma não conformidade identificada
[ISO 9000:2000. 3.6.6]
3.4 da ISO 14001
ação corretiva
ação para eliminar a causa de uma não conformidade identificada ou outra situação indesejável
[ISO 9000:2000. 3.6.6]

Como vêm, tanto na ISO 9001 da gestão da Qualidade como na 14001 de meio ambiente, temos estas duas definições. Parece simples para quem conhece o que é correção e o que é ação corretiva. Acontece que até nas nossa vidas particulares vemos a confusão entre as duas. Nas empresas estou farto de ver todos correndo atrás de apagar o fogo. O operador montou errado aquele componente na linha de produção gerando tempo perdido (desperdício). "esporro nele", vai aprender a nunca mais fazer aquilo, tudo resolvido...será? Logo veremos nova ocorrência igual, até talvez com o mesmo profissional...o negócio é buscar responsáveis, resolver o problema, agradar o chefe, resolvi...estamos fartos de ver as não conformidades, acidentes, desperdícios nos processos, etc. sempre repetitivos, desmotivadores. Se resolve e logo acontece de novo. Porque ninguém mais tem tempo para parar e buscar a causa raíz do problema? Ninguém mais corre atrás de descobrir porque o profissional montou errado (foi o desenho que o projeto alterou e não avisou ninguém? Foi o supervisor que queria atingir as metas de qualquer modo e pressionou além da conta o operador? Foi o horário de saída que já tinha chegado e o operador ficou louco para sair? Foi o próprio cliente que acompanhava a linha e interferiu no processo? Foi falta de treinamento? O QUE ORIGINOU A FALHA? O QUE DEIXOU O ERRO DO OPERADOR TER SE TRANSFORMADO EM PROBLEMA (NÃO CONFORMIDADE, ACIDENTE, ETC.))? Acontece que parar para pensar, para replanejar, para buscar a causa, ainda é considerado por muitos gerentes e diretores perda de tempo, vai lá e arruma, pronto está resolvido. Todos se sentem bem correndo que nem doidos, parecem que estão realmente trabalhando, suando a camisa e mostrando resultados. Pura ficção. Gerentes, diretores, líderes têm de suar a cabeçla, quem sua a camisa é o operador, o chão de fábrica. Por usar o cérebro, por planejar, por pensar mais longe, por pensar em prevenir recorrência é que eles ganham mais, o conhecimento, a técnica, o estudo, vale muito mais. Logo saibam aproveitar, estarão "perdendo tempo" naquele momento, mas ganhando muito mais lá na frente. Correção é apagar o fogo, ação corretiva é buscar o foco do incêndio e eliminar o mesmo. Assim se evitará o reacendimento da chama.

Atendimento a emergências de idosos sózinhos

Quem me conhece bem sabe o quanto gosto de ajudar. Como estou cheio de dificuldades pelo desemprego não tenho motivação para eu mesmo criar o aparelho, mas dou a idéia para quem quiser. Assistindo o programa E24 na Band vi uma idosa que caiu em casa, fraturou a perna e ficou 5 dias naquela posição sem socorro. Quando os bombeiros a socorreram já era tarde e ela veio a falecer. Isto é normal, não é raro. Na aviação existe um aparelho chamado ELT, "Emergency Locator Transmitter" que, pelo impacto ou acionamento do botão, ele começa a transmitir um sinal de emergência na frequência internacional e ainda dá a localização via GPS com precisão até de 10 m. Alguém pode aproveitar esta ideia e criar um mesmo aparelho, preferência menor e que possa andar com o idoso ou outro deficiente, ou qualquer pessoa que more sózinha. Como o ELT, esse aparelho pode ser acionado ao se passar mal ou se cair como a idosa do E24 e acionará os paramédicos. Como o ELT, se tiver codificado para o comprador, até este em situação de emergência será identificado.
Alguém se habilita a judar os outros e ainda ganhar dinheiro com esta invenção?