domingo, 28 de novembro de 2010

Universidade e Futuro do país

Estava lendo a resolução CNE/CP1, 18/02/02 sobre diretrizes. Está certo que é para a formação de professores, mas me deu uma dúvida. No art. 5, III diz: "O projeto pedagógico de cada curso levará em conta que: A seleção dos conteúdos das áreas de ensino da educação deve organizar-se por ir além daquilo que os professores irão ensinar...". Juntando com o que aprendemos de qual é o papel da universidade eu me preocupo. Sabemos como a sociedade influencia o conteúdo dos cursos e se o governo nas suas diretrizes também pensar só em geral sem dar diretrizes mais fortes...Exemplo, só se fala em pre-sal, em oil & gas, no futuro do petróleo. Vamos começar a ver o ensino voltado para esse rumo, cursos voltados para essa energia velha e ultrapassada. Faltarão cursos voltados para a energia renovável. Pior, o governo também está interessado nisto. Como ficarão as universidades que queiram sintonizar os seus projetos pedagógicos com os rumos que o resto do mundo está tomando, indo contra o que só o Brasil pensa, até por influência do próprio governo. As diretrizes devem ser flexíveis, na ingerir no planejamento pedagógico de uma universidade, mas se o país estiver com o ensino indo contra o futuro da sociedade, como fazer?

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Aumento salarial dos deputados federais

Estes dias escutei a notícia de que haviam enormes preocupações sobre dar um teto salarial aos bombeiros de aproximadamente R$ 3.000,00. Haveria o risco de quebra das instituições, rombos, etc., etc. Afinal de contas os bombeiros não servem para nada. São um bando de desocupados que não fazem nada, que ficam nos quartéis, cheios de assessores, são corruptos, só trabalham de terça a quinta, etc. Agora os deputados federais, estes não. Trabalham enormemente, salvam vidas, são amados por toda a sociedade, são profissionais com ética e bravura. Estes sim merecem passar dos R$ 16.000,00 que ganham hoje para R$ 27.000,00. Estão querendo votar este aumento para eles mesmos e merecem. Aliás o povo todo apoia. Não quebrará o governo como quebraria os R$ 3.000,00 para os tais bombeiros.
ABSURDO e não acontece nada, ninguém reclama, ninguém sai á rua, que povo cordeirinho. Eles fazem o que querem, dão risada do povo e nada...Cadê os caras pintadas?

sábado, 20 de novembro de 2010

Reflexão

Hoje estava revoltado com vários problemas, com as pressões do dia a dia. Sái irritado de casa querendo espairecer, me acalmar. Resolvi ir na lotérica jogar na Mega Sena. Estou lá prenchendo o volante quando ao meu lado chega um cidadão bem simples, chinelos, roupa surrada. Tirou de uma sacola vários papéis e os colocou em cima do balcão. Depois saiu e esqueceu dois volantes lá. Eu revoltado logo pensei, vou pegar estes volantes, quem sabe são ganhadores. Afinal, diante destes problemas, tenho o direito de me dar bem. Quem sabe os espiritos amigos não providenciaram aquilo para me ajudar? De repente percebi. Os outros não devem pagar pelo que eu estou passando. Nesse momento o rapaz voltou e eu peguei os dois volantes e lhe entreguei o avisando que tivesse cuidado, poderia ser milionário e perder tudo por um simples esquecimento. Os olhos dele brilharam, fartou-se de agradecer e desejar um bom fim de semana. Não sei se eu perdi algum dinheiro, se ele não ganhou nada, só sei que me senti bem por fazer o correto. Neste mundo de hoje se pensássemos todos assim, quem sabe estariamos num mundo muito melhor. Devemos ser competitivos, combatentes, mas conosco, com os nossos limites e não subindo nos outros, sem ética, sem entender que os outros são seres como nós, também com necessidades e problemas. Apenas para pequena reflexão.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Não conformidades, fontes da melhoria contínua

Por incrivel que pareça para quem conhece os principios da Qualidade, ainda existem profissionais que conseguem dizer que problemas identificados são ruins para uma empresa. Escutei de um gestor de processo dizer que as auditorias antes feitas na empresa eram melhores, não existiam não conformidades como agora. Ou seja a empresa, sem não conformidades, sem problemas, era melhor antes. Não entendem que, ao implantar um verdadeiro Sistema de Gestão da Qualidade, eficaz, a tendência de aparecerem mais não conformidades é maior. Óbvio, quando uma auditoria é feita sériamente não joga os problemas para baixo do tapete. Pelo contrário, faz questão de se identificarem essas não conformidades, buscar as causas das mesmas e criar ações corretivas para que não haja reincidência. Agora a empresa que só se preocupa em ter o certificado na parede e não quer melhorar, quer é ver as não conformidades "enrustidas". Um dos focos maiores da ISO, além do foco no cliente, é buscar a melhoria contínua dos processos e do Sistema de Gestão. Isto se faz buscando as não conformidades para eliminá-las e não fugindo delas. Quando audito uma empresa que não tem não conformidades eu já desconfio, não existe empresa perfeita. isto por si só já é uma não conformidade, pois se a empresa é perfeita, não busca a melhoria contínua, um dos requisitos da norma ISO. Logo, já está não conforme este requisito. caro gestor, não queira fugir da responsabilidade de fazer o seu processo buscar continuamente a melhoria se escondendo atrás da imagem de que a auditoria é errada e busca apontar erros. Ela busca apontar caminhos para a melhoria contínua do seu processo e da sua empresa.

domingo, 14 de novembro de 2010

Empresa familiar mas profissional

Outra dificuldade de funcionários do SBT, que lançou o slogan "A TV Mais Feliz do Brasil", é lidar com a administração familiar.

Íris Abravanel, mulher de Silvio, é consultora de dramaturgia. Daniela Beyruti, sua filha, diretora artística.

Silvio, contudo, ora dá carta branca a ela, ora lhe corta o poder. Nesses momentos, chega a tirar do ar programas escolhidos pela filha, como fez com séries americanas.


Este texto eu vi em notícia sobre os problemas do grupo Silvio Santos e do banco PanAmericano.
Orque eu quis aproveitar. Temos visto muitas empresas familiares indo muito bem por serem profissionais, saberem separar o familiar da empresa (ex's: grupo Pão de Açucar do Abílio Diniz, o grupo Votorantim de Antônio Ermínio de Morais, etc.). São grandes empresários que sabem separar o pai, filho, esposa, irmão do presidente, diretor, assessor, etc. Sabem tornar a sua empresa um grupo profissional. Enquanto o Sílvio não separa a emoção da razão fica com a fama de ditador, de pai, de marido, etc. e não de empresário. A empresa familiar rapidamente vai ao amadorismo se não houver essa conscientização sobre necessidade de profissionalismo, de respeito hierárquico, muito acima das relações familiares. O diretor não pode ser chamado de pai, o gerente de filho, deve haver um relacionamento profissional e não familiar para que isso não se estenda aos níveis hierárquicos da empresa. O gerente vai ver o diretor também como o pai, como o dono que tudo pode e os seus familiares também, independente se estão comprometendo a empresa.
A empresa familiar profissional se sustenta em contrapartida a empresa familiar, mas amadora, não tem futuro, ainda mais quando o fundador se afasta, ou perde o poder.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Professor?

Hoje eu ouvi a maior piada da história. O Lula deu a primeira aula inicial numa universidade em Maputo, capital de Moçambique, África. Não questiono o presidente e sim o professor. Como um cara que nunca estudou, que é um ignorante, pode dar aula numa universidade, seja onde for? Eu aqui me matando fazendo especialização em medologia para o ensino superior na FGV sem quase ter tempo para estudar, cheio de experiência e conhecimentos, lendo aos montes em diversas áreas do conhecimento e o Lula que nunca sentou numa cadeira escolar dando aula em universidade. Absurdo. Enquanto isso os professores ganham uma miséria, apanham dos alunos, etc.
Não é para revoltar qualquer um?

sábado, 6 de novembro de 2010

O papel de professor

Vendo um trecho de um filme com a Barbara Straisend, “O espelho tem duas faces” vemos o introvertido professor Gregory Larkin dando uma aula para ele mesmo e não para os seus alunos. A paixão pelo assunto o faz sonhar quando ministrando a aula. Isto acontece muito com os gênios, se apaixonam pelo conhecimento e não conseguem passá-lo aos seus pupilos. Vemos nesse trecho do filme a professora de literatura Rose Morgan (Barbara Straisend) tentando mostrar a ele que deve se comunicar com os alunos e não simplesmente jogar o conhecimento no quadro negro. Gostaria antes de colocar umas observações. Estava em dúvida no tocante a o que é saber e o que é conhecimento. Qual a diferença? Pesquisando descobri uma boa definição: “saber é não apenas ter o conhecimento, mas ser o conhecimento. A sabedoria é não só ter o conhecimento, como saber utilizar esse conhecimento”. Justamente no saber que o professor Gregory estava com problemas. Tinha um profundo conhecimento, mas não o transmitia aos alunos, não transformava o seu conhecimento em saber para os alunos. Como o professor deve ser aquele que instiga, é aquele que faz os alunos descobrirem os caminhos para a construção do conhecimento, não podemos mais ter aquele professor que joga o conhecimento no quadro negro ou o passa como se todos os seus alunos fossem agentes passivos no processo. Sócrates, filósofo grego já fazia isso, a cada pergunta feita ele respondia com outra pergunta obrigando os seus pupilos a pensarem, manipularem o conhecimento, questionarem a realidade a qual, como conhecimento, não é eterna. O aluno errando está aprendendo com o erro e até mesmo o professor aprende com esta nova postura. É o professor pesquisador fazendo os seus pupilos serem também pesquisadores, entrando no processo com os seus conhecimentos adquiridos interpretando e comparando esses novos conhecimentos como diz a teoria do construtivismo. O professor tem de criar condições externas favoráveis no ambiente de aprendizagem para que o seu conhecimento se torne saber para os alunos, os desafiando a serem agentes ativos na construção do conhecimento em cada um deles. No trecho do filme vemos o professor mostrando que tem o conhecimento, dando aula apaixonadamente com o assunto, mas a comunicação péssima, o conhecimento não se tornando saber para os seus alunos, faltando a indagação, a revisão de padrões, a pesquisa dentro de cada um. Uma pesquisa se faz com tentativas e erros e é assim que nós melhor aprendemos e que construímos o conhecimento. O processo de Qualidade em empresas mostra que a busca das causas dos problemas é eficaz ao se usarem ferramentas que obrigam o trabalho em equipe e o constante questionamento como a ferramenta dos 5. Porquês. Tal coisa aconteceu, por quê? Para a resposta, novo por que e assim por diante. No quinto por que, com certeza temos a resposta, a causa do problema. Numa aula, ao tornar o aluno um sujeito ativo e um indagador, usamos este princípio que já era do Sócrates. O aluno se torna professor dele mesmo através da comparação dos conhecimentos entrando na sua mente com o conhecimento adquirido na vida. A classe se torna uma fonte de conhecimentos e os alunos terão a sabedoria de utilizar esses conhecimentos. O professor passa daquele “cuspidor” de conhecimentos para um guia, um moderador, um assessor dos seus alunos. A construção, desconstrução, reconstrução, já que o conhecimento nunca é definitivo e as teorias não são estáticas, são um mundo de aprendizado para todos na sala, incluindo aquele que estava ali para ensinar. Lembro que só o professor não é responsável por essa postura, a universidade de criar esta possibilidade. Se a universidade só se importa com o número de alunos aprovados, se a universidade só se importa com o resultado próprio e não em formar verdadeiros profissionais, mesmo que o professor deseje tornar a sala de aula numa fonte de conhecimento, terá dificuldades. Eu mesmo, como professor de aerodinâmica e conhecimento técnico para pilotos e mecânicos de aeronaves não ficava só na passagem das informações. Queria ver profissionais com conhecimento do porque das coisas. O como fazerem esse conhecimento tornar-se saber no seu dia a dia profissional. Usando simuladores mostrava na prática o porquê dos efeitos e os alunos se desafiavam internamente na busca de respostas e viam se haviam errado ou acertado na simulação. A escola me questionou com a alegação que era perda de tempo, o que importava era os mesmos passarem na banca examinadora, não interessava o conhecimento e nem o saber, apenas a quantidade de alunos aprovados. Por isso a universidade tem sim de ser uma geradora de novos saberes e não só transmissora de saberes antigos. Se fosse assim era só passar a matéria aos alunos e pronto. A universidade deve ser formada pelo professor, aluno, meio e a própria universidade e nenhum destes pilares deve ser passivo.