terça-feira, 25 de maio de 2010

Conceitos da Qualidade e liderança

Jorge Gerdau Johanpetter
Entrevista á revista Manutenção, Março/Abril 2010

Manutenção: Conceitos de qualidade total fazem parte de todas as grandes empresas brasileiras, ou ainda há muito a avançar? As pequenas e médias absorveram esses conceitos?

Jorge Gerdau:
Certamente, as grandes empresas saíram na frente. Mas, nos dias de hoje, estarão na frente não as maiores empresas, mas as empresas mais eficientes, ágeis e inovadoras. E isso as pequenas e médias empresas têm aprendido rapidamente. Parte desse aprendizado se deve ao apoio dado pelas grandes empresas por meio de entidades como o Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP), o Movimento Brasil Competitivo (MBC) e a Fundação Nacional da Qualidade (FNQ).
O ponto fundamental é que, independentemente do tamanho, do setor ou do ramo da atividade, as organizações precisam ainda evoluir na integração entre o que é definido na estratégia e o que realmente ocorre na prática nos seus diversos níveis estruturais. É preciso que cada um saiba exatamente o que precisa fazer para que a sua empresa atinja os objetivos. E os líderes devem ser os grandes articuladores dessa mudança.

Somos eficientes, ágeis e inovadores? Inovadores até tentamos, contudo se nem medição da nossa eficiência nós temos fica dificil. Não medimos Hxh nas OS/OF corretamente. Os funcionários são transferidos de OS/OF sem se alterar o total de Hxh por OS/OF e nem por operação. Não temos o tempo padrão (“Cicle time”) por operação para parâmetro de eficiência.
O que é definido na estratégia da empresa? Quais os objetivos da empresa e como esses objetivos são desmembrados pelos processos? Como disse Jorge Gerdau, cada um precisa saber o que precisa ser feito.

Objetivos -> metas (mensurar os objetivos) -> indicadores (para medir as metas, saber se os objetivos estão sendo atendidos) -> comunicação (divulgação dos indicadores para que todos saibam inclusive o chão de fábrica, quais os caminhos e se estão sendo seguidos por todos).

E a liderança? Em empresas de pequeno porte existe a tendência da diretoria se impor sobre os gestores, coordenadores, encarregados, etc. devido até a proximidade dela com os processos. Quando um diretor, até por pro-atividade ou por preocupação com o seu negócio, vai direto aos funcionários e não respeita hierarquias definidas ele está matando qualquer líder que exista nessas hierarquias. Falamos que o gerente, encarregado, etc. está adormecido, dormente. Para quê ser criativo, aplicar os conhecimentos, aplicar aquilo que foi entendido ser útil na sua contratação se a diretoria faz o que quer e o que acha que sabe? Acaba-se assim qualquer liderança. E como dito pelo Jorge Gerdau, qualquer mudança começa pela liderança e não pelo “peão” do chão de fábrica. Sem lideres a articulação para mudanças é inútil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário