quarta-feira, 6 de abril de 2011

Guanchi, cultura chinesa do relacionamento

Primeiro escutamos tanto sobre economia global, sobre imediatismo, consumismo, cultura do já. Parece que o mundo vai acabar em 2012 e precisamos fazer tudo, consumir, viver no “corre-corre”. Este é o caminho correto? Não temos mais tempo para planejar, pensar, desfrutar dos resultados, pois já precisamos começar outras coisas. Nem tempo temos mais para “lições aprendidas” com os nossos projetos. Vemos pressa em tudo, a Qualidade perde longe para o prazo, para o já. Porém quero mostrar o como estamos indo no caminho errado. Eu pergunto qual é a nação que mais cresce no mundo? A China. Qual a nação que está envolta em problemas e com negras perspectivas? Estados Unidos. Vejam bem a diferença. O país de cultura milenar, adepto da paciência e tornando-se a maior potência do mundo. O outro adepto do consumismo, imediatismo e com previsão de falência absoluta até 2030 se não houver toda uma redução de gastos públicos, segundo a oposição do governo atual. Na China existe uma palavra fundamental que resume a cultura de relações de confiança a ser conquistada nos negócios. É o Guanchi. Empresas, pessoas, precisam criar o guanchi e este é conquistado depois de muitos anos de relacionamento. Os empresários europeus e americanos, incluindo o Brasil, querem fechar um negócio no tipo toma lá e dá cá. Na China leva anos de visitas, reuniões, discussões aparentemente sem fim, pois se está formando o guanchi. Empresas já perderem negócios importantes porque não souberam cultivar o guanchi com os chineses. Leva anos e a nossa cultura imediatista não nos dá paciência para cultivar o guanchi. Os chineses querem com a sua paciência formar bases firmes e de confiança e crêem que isto se consegue com o tempo e o guanchi, relacionamento, só se consegue com paciência. Como nós com essa cultura de consumismo, de pressa, de “corre-corre”, poderíamos ter o guanchi? Outra coisa, os chineses fazem pensando no seu país, são extremamente nacionalistas. A nossa cultura global nos tira essa visão do nosso, pensamos muito no mundo, nas relações com os outros países, aprendemos como nos comportar diante de outras culturas e não defendemos o nosso, não somos patriotas. Os Estados Unidos até são é muito patriotas e nacionalistas, mas perdem por causa do imediatismo, do consumismo, da pressa. Agora, quem está certo? Os chineses ou nós? È só ver quem está se tornando a maior potência do planeta.
Não está na hora de pisarmos no freio? Não está na hora de planejarmos mais e com foco no nosso? De esperarmos terminar um projeto, desfrutá-lo, aprender com ele e só então corrermos atrás de outro? De fazermos melhor guanchi com as outras empresas e pessoas? Precisamos fazer negócios, tarefas, planejamentos, etc com visão de médio e longo prazo e não de curtíssimo prazo.

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