quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Recall

A grande montadora Toyota está amargando prejuízos de mais de US$ 2 Bi devido a travamento do acelerador de vários modelos. Agora surgiram mais problemas com os freios. Isto está acarretando um sem número de "recall" comprometendo a imagem da empresa no tocante a qualidade e, o pior, à segurança já que houveram acidentes fatais envolvendo o produto. Outra montadora, a Honda também já está envolvida com inúmeros "recall". Disto tudo podemos tirar vários pontos para discussão. Na aviação existe um controle apurado desde o projeto e quando um problema é identificado a autoridade aeronáutica emite uma DA (Diretriz de Aeronavegabilidade) praticamente um "recall" semelhante ao dos carros. A grande diferença é que na indústria automobilistica o "recall" é acionado pelo próprio fabricante perdendo a imparcialidade inerente ao atendimento ao cliente (o lobo tomando conta das ovelhas). "A pressa é inimiga da perfeição", quem não conhece este ditado? O dinheiro também. Hoje o projeto de um carro tem de ser rápido, as inovações implantadas mais rapidamente do que o concorrente, lançamento no mercado urgente. Com certeza serão menos identificados ou com menos eficácia os riscos pelo DFMEA (Design Failure Mode and Effect Analyse) ferramenta também usada na aviação. Os testes em protótipos, as inspeções nas linhas produtivas, etc. também não serão tão eficazes, afinal a Qualidade só atrapalha a produtividade como pensam os empresários. Só que um foco de importância muito maior na Prevenção e na Qualidade em todos os processos do fabricante teriam evitado esses US$ 2 Bi de prejuízo só nos EUA pela Toyota, fora o prejuízo maior que foi a imagem da empresa comprometida no mercado. Comparo com as exigências da aviação porque o automóvel mata muito mais do que a aviação e as exigências são muito menores. Porque?
Existe um desconhecimento total no quanto os custos de perder uma imagem no mercado ou de quanto em indenizações judiciais podem acarretar prejuízos violentos para uma empresa devido a não se pensar em Prevenção e Qualidade em cada fase, em cada processo, em cada atividade. Os custos da Prevenção e da Qualidade serão muito menores do que a correção.

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