domingo, 15 de agosto de 2010

Perda de conhecimentos

Perda de conhecimentos

Uma empresa começou a perder mercado para a concorrência. O concorrente bem maior, com mais dinheiro em caixa, começou a baixar o seu preço e a tomar o mercado. A relação de produtividade "n. de pessoas x produto" começou a ficar nítida entre as duas empresas. Logo chega aquele iluminado com a idéia de sempre. "Gente, se a outra empresa faz 10 produtos com 3 funcionários e nós fazemos os mesmos 10 com 5, vamos demitir uns 3 para termos a mesma produtividade". Alguém pensou em aumentar a quantidade de produtos reduzindo-se custos, melhorando os processos, etc.? Alguém lembrou que as empresas são feitas de gente e essa gente porta os conhecimentos, macetes, etc. que formam o "knowledge" da organização? Porque o departamento comercial não se esforça para vender mais? Porque o departamento industrial não se esforça para fazer com menos custo e mais rápido? Assim que se vence a concorrência, no preço e no prazo. Se mandarmos o "excesso" de gente embora, nós estaremos também afetando a qualidade do produto, estaremos perdendo conhecimento que é a maior arma de uma empresa. Com isso, o terceiro fator para vencer a concorrência se vai, que é a Qualidade. Também, se atacando com a demissão, estaremos afetando o quarto fator que é a moral de todos.
Ou seja, vamos vender mais baixando o preço, reduzindo custos. Vamos reduzir desperdícios e fazer tarefas que realmente agreguem valor ao produto, ou seja, tarefas que o cliente realmente pagaria por elas. Também daremos mais velocidade aos processos com o pensamento "Lean" (enxuto) em tudo. Imaginem uma empresa da indústria aeroespacial com mão de obra altamente qualificada. De repente uma crise no mercado. A empresa resolve demitir gente. Funcionários especialistas, caros. Depois o mercado se restabelece e a empresa volta a contratar. Quanto custou tudo isto? Porque não procurar ser mais aguerrida no mercado?


Fig. 01- “Work In Process” – trabalho em processo num departamento

Na figura 1 pode-se perceber que não é simplesmente reduzindo custos cortando a mão de obra que a empresa pode vencer no mercado. A redução de custos e melhoria nos prazos, dois importantes fatores para vencer no mercado derivam, primeiro, de melhorar os processos através da redução de desperdícios.



Fig. 02- “lead time”, objetivo, foco, alvo de cada departamento, processo

Na figura 02 acima se percebe que o “lead time é o alvo de qualquer processo. Ele é o prazo, a meta a ser alcançada e é ditado pelo mercado, pelo cliente. Logo se sabendo quanto se pode fazer por período no processo (Índice médio de conclusão), tendo o “lead time”, o processo fica sabendo o quanto de trabalho pode ter por dia, por hora, etc. para poder chegar ao “lead time” exigido pelo mercado. Com isto o processo terá, aí sim, os dados para tomar decisões de corte, remanejamento de mão de obra, etc.
Segue na figura 03 abaixo um exemplo de um processo de Engenharia de Projetos.


Fig. 03- Exemplo de aplicação da fórmula de “Lei de Little”

O foco de cada profissional deve ser o fazer as suas tarefas corretamente na primeira vez. Não haver retrabalhos, perdas de tempo, custos maiores, desperdícios. Cada um tendo a consciência do quanto é importante a sua tarefa no contexto da empresa, com certeza os custos serão reduzidos e os prazos também.


Fig. 04- Exemplo de aplicação da fórmula de “Lei de Little”

Caro líder, gestor, empresário. Lembre-se, a sua mão de obra detém o conhecimento que sustenta a empresa. Por isso saiba primeiro como tornar a sua empresa sustentável no mercado, vencedora diante dos concorrentes. Só após implantar a redução de desperdícios (pensamento enxuto (“lean”)) você vai ter a real visão se pode cortar a mão de obra.

Engenheiro Carlos Filipe S. Lagarinhos
carlosfilip@uol.com.br
(11) 96545114





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