segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Ser proativo ou experiente? Ou os dois?

Quando era mais novo era tão proativo que comecei a ter problemas com as estruturas das empresas. Comecei a ficar com a imagem de intrometido, daquele que quer aparecer, se achar melhor do que os outros. A ânsia de ver as coisas saindo, de ver a empresa melhorar, de aplicar tudo aquilo que havia aprendido, fazia com que alguns passos fossem ultrapassados. A maneira de propor soluções, de aplicar as ferramentas aprendidas, não era a mais harmoniosa possível. Conflitos começavam a ser criados e com isso todo aquele conhecimento obtido não era passado adiante. Criava-se, assim, um bloqueio, uma visão de que você era o cara “chato”, aquele que queria aparecer. Escutava-se, “quem é esse cara que chega aqui querendo mudar as coisas”?
Nós vamos crescendo e aprendendo com as nossas próprias falhas. Aprendemos outros caminhos, outras maneiras de se chegar ao mesmo alvo. Vejo funcionários novos entrando nas empresas com todo o gás, todo o comprometimento, vestindo a camisa. Querem resolver tudo, querem, como eu antigamente, fazer as coisas andarem. Que pena tanta energia e as empresas não sabendo aproveitar. Imaginaram uma empresa firmar um convênio com uma universidade a aproveitar os melhores alunos para realizar consultorias na empresa? As informações técnicas fresquinhas na sua cabeça, a motivação, idéias borbulhando. Se a empresa tiver líderes experientes que saibam controlar essa euforia dos mais novos, que riqueza. Existem hierarquias, existem interfaces entre processos, fogueiras de vaidades numa empresa e muitas vezes o jovem naquela ânsia de melhorar, a qual ainda hoje eu guerreio dia a dia, não percebe as necessidades, os tipos de comunicação, a cultura, o tamanho e inércia de grandes empresas. Sabendo-se dosar a proatividade dos mais novos com a experiência dos veteranos, qualquer empresa crescerá muito. O ser humano é a principal fonte de riquezas de uma empresa e não podemos esquecer a proatividade e nem a grande experiência. Quando tivermos um profissional na equipe querendo ajudar, querendo resolver os problemas, não digamos “pô estamos a tanto tempo querendo arrumar aqui e vem esse novato querendo “chover no molhado””. Não façamos isto, não desmotivemos aquele novo funcionário, vamos aproveitar a sua motivação, a sua proatividade para contagiar aqueles que já entraram na rotina do dia a dia. Aqueles que perderam a visão no futuro. Não deixemos também de escutar a voz dos mais experientes. Nem todos os mais velhos se desmotivaram, nem todos os mais velhos deixaram de ser proativos e até mesmo os que já estão na reta da aposentadoria têm muitos conhecimentos a serem aproveitados. Cabe aos líderes da empresa saber canalizar a proatividade e a experiência dos dois extremos para a melhoria contínua da empresa.

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